A rotina do Eduardo e da galera do bairro é mais ou menos a mesma durante toda a semana. Eles vão à escola de manhã, voltam pra casa pro almoço e se encontram na porta do Tulipo pra uns cigarros enquanto jogam conversa fora. Vez por outra o próprio Tulipo sai de casa com o violão e fica ali tocando ao fundo, sentado na calçada.
Eles têm entre 16 e 19 anos e teoricamente tinham que estar se preparando pro vestibular. Mas muitas vezes a preguiça é mais forte.
Todo mundo do grupo tem celular (uns melhores, outros mais antigos) e a onda entre eles tem sido o Tinder. Mostram fotos das meninas uns pros outros, combinam a programação do fim de semana com algumas delas por Whatsapp e assim vão passando os dias.
Em uma dessas tardes, quando o Eduardo estava voltando pra casa, ele deu de cara com aquela que viria a ser o grande amor da sua vida. Uma menina alta, alternativa, um pouco mais velha que ele e com o cabelo estranhamente colorido – metade verde, metade laranja. Ela estava parada na rua, checando mensagens no celular. Usava uma camiseta larga, colorida e com palavras em francês que o Eduardo não entendia. Logo ele se acovardou, achou que ela era areia demais.
Mas a menina resolveu puxar papo. Perguntou ao Eduardo se o ônibus passava por ali, riram juntos do cachorro que parecia com a dona do outro lado da rua, acabaram estendendo o assunto pra coisas de Facebook e trocaram telefone.
Verdade seja dita, ela nem usa Facebook tanto assim. Prefere acompanhar exposições de arte pelo Artlyst e dar uma lida nas últimas obras que baixou pelo iBooks. Mas, ela dizia, Facebook é um mal necessário e facilita a conexão com amigos e família que moram longe.
Dali eles combinaram de se encontrar na quinta-feira seguinte, em um show de rock no centro da cidade. Divertiram-se como nunca, e, apesar de todas as diferenças, não conseguiram parar de se ver. Nunca mais se desgrudaram.
Essa é uma história de amor de 2015. Mas podia ser de 1986. Com exceção dos Aplicativos.
[FIM]
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Nós todos temos os nossos Aplicativos favoritos. Não importa a sua idade, o tempo que você gasta na internet, não importa nem se você gosta dos Aplicativos que usa ou não.
Eles fazem parte da nossa rotina e facilitam (enormemente!) tarefas que antes a gente fazia de uma forma bem mais espaçosa. Tá aí, é essa a questão, do espaço que não se usa mais. Mapas, jogos, livros de receita, selos postais, LPs e fitas cassete, câmera fotográfica, jornais, televisão, dinheiro! Tudo disponível nos nossos minúsculos telefones celulares.
Quais Apps são essenciais pra você?
