Reputação de Quem?

A primeira pergunta é simples: em uma escala de 1 a 10, o quanto você se importa com a opinião dos outros?

A segunda é mais traiçoeira: em quais categorias dividem-se os “outros” que fazem parte da sua vida?

A opinião de quais deles conta mais, ou conta menos? Entre pai, mãe, namorado, amiga da namorada, chefe, seguidores desconhecidos do Instagram e o primo gato da vizinha, a quem você vive tentando agradar, ou pelo menos não fazer feio?

A primeira resposta pra mim é facílima e me causa muita dor de cabeça. Eu me importo com a opinião de absolutamente todo mundo – dos que me amam aos que me detestam. Eu sofro, e eu sofro com drama.

Claro que a idade vai ensinando aos poucos, eu melhoro em uns aspectos aqui, outros ali. Mas, no geral, eu sozinha sou capaz de fazer uma novela inteira. Imagino a reação das pessoas, reajo em pensamento à reação delas, fico com os olhos cheios d’água e rodeio aquele mesmo assunto na minha cabeça por LONGOS dias.

Reputação social, é essa a bola da vez.

Eu obviamente não estou sozinha. O nosso comportamento virtual é a maior prova de que estamos constantemente procurando a aprovação alheia, e em larga escala.

E não quero focar aqui nesse assunto batido de fotos perfeitas, posts milimetricamente calculados e obsessão por curtidas. A gente sabe que as coisas são assim e assim continuarão. O que me incomoda mais, na verdade, é que não há mais espaço pra pensarmos em nós mesmos. A internet toma tanto do nosso tempo que a única coisa que vemos são os outros. Estamos definidos pela opinião alheia, somos aquilo que a net mostra que somos.

Veja aí como você não está imune, se não passa uma boa porção do dia vendo as fotos e os vídeos postados, lendo o que as pessoas escrevem e – mesmo sem querer – formando a sua opinião a respeito delas. Quando é que você explora o seu próprio perfil online e forma opiniões sobre si mesmo?

Quem sou eu, plmdds??

Meus 3 Aplicativos Favoritos

A rotina do Eduardo e da galera do bairro é mais ou menos a mesma durante toda a semana. Eles vão à escola de manhã, voltam pra casa pro almoço e se encontram na porta do Tulipo pra uns cigarros enquanto jogam conversa fora. Vez por outra o próprio Tulipo sai de casa com o violão e fica ali tocando ao fundo, sentado na calçada.

Eles têm entre 16 e 19 anos e teoricamente tinham que estar se preparando pro vestibular. Mas muitas vezes a preguiça é mais forte.

Todo mundo do grupo tem celular (uns melhores, outros mais antigos) e a onda entre eles tem sido o Tinder. Mostram fotos das meninas uns pros outros, combinam a programação do fim de semana com algumas delas por Whatsapp e assim vão passando os dias.

Em uma dessas tardes, quando o Eduardo estava voltando pra casa, ele deu de cara com aquela que viria a ser o grande amor da sua vida. Uma menina alta, alternativa, um pouco mais velha que ele e com o cabelo estranhamente colorido – metade verde, metade laranja. Ela estava parada na rua, checando mensagens no celular. Usava uma camiseta larga, colorida e com palavras em francês que o Eduardo não entendia. Logo ele se acovardou, achou que ela era areia demais.

Mas a menina resolveu puxar papo. Perguntou ao Eduardo se o ônibus passava por ali, riram juntos do cachorro que parecia com a dona do outro lado da rua, acabaram estendendo o assunto pra coisas de Facebook e trocaram telefone.

Verdade seja dita, ela nem usa Facebook tanto assim. Prefere acompanhar exposições de arte pelo Artlyst e dar uma lida nas últimas obras que baixou pelo iBooks. Mas, ela dizia, Facebook é um mal necessário e facilita a conexão com amigos e família que moram longe.

Dali eles combinaram de se encontrar na quinta-feira seguinte, em um show de rock no centro da cidade. Divertiram-se como nunca, e, apesar de todas as diferenças, não conseguiram parar de se ver. Nunca mais se desgrudaram.

Essa é uma história de amor de 2015. Mas podia ser de 1986. Com exceção dos Aplicativos.

[FIM]

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Nós todos temos os nossos Aplicativos favoritos. Não importa a sua idade, o tempo que você gasta na internet, não importa nem se você gosta dos Aplicativos que usa ou não.

Eles fazem parte da nossa rotina e facilitam (enormemente!) tarefas que antes a gente fazia de uma forma bem mais espaçosa. Tá aí, é essa a questão, do espaço que não se usa mais. Mapas, jogos, livros de receita, selos postais, LPs e fitas cassete, câmera fotográfica, jornais, televisão, dinheiro! Tudo disponível nos nossos minúsculos telefones celulares.

Quais Apps são essenciais pra você?